Relatório da União alertou sobre inundações na Vila Cauhy há 1 ano

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As fortes chuvas causaram estragos em diversos pontos do Distrito Federal neste início de janeiro. Na Vila Cauhy, o córrego Córrego Riacho Fundo transbordou e alagou casas dos moradores da área e deixou 60 famílias desabrigadas.

A fragilidade do local atingido por uma intensa tempestade, que pegou os moradores de surpresa, já era conhecida pelo Governo do Distrito Federal. Há exatamente um ano, o Serviço Geológico do Brasil, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, publicou um relatório mapeando as áreas de risco no DF. Entre os cenários, 44 moradias na Vila Cauhy foram apontadas como pontos de alta probabilidade para enchentes e inundações. O levantamento indicou 176 pessoas morando nessa situação preocupante.


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“Os setores de risco são constituído de casas ou sobre as planícies de inundação ou já próximas às margens dos principais cursos d’água ou no caminho do escoamento das águas pluviais em drenagens naturais sobre planaltos mais dissecados”, destacou relatório sobre a situação da Vila Cauhy.

“Eventos de inundações e enxurradas foram registrados de forma frequente nos setores, com lâminas d’água passando de 1 metro em alguns locais”, alertou o relatório.

Lama e desespero: imagens mostram como ficou a Vila Cauhy após chuva

O estudo ainda apontou, como agravante para a área, a falta de drenagem urbana, de saneamento e de infraestrutura urbana. Os geólogos do governo federal entenderam que manilhas e drenos são insuficientes para comportar chuvas fortes.

Famílias desabrigadas

Sessenta famílias ficaram desabrigadas no Distrito Federal após os estragos causados pelos  temporais. De acordo com a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), a maioria está nas  regiões da Vila Cauhy e da Candangolândia.

“Nós estamos fazendo também remoções de famílias lá, de idosos e crianças em áreas também que estavam preocupando a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Esse número pode crescer, pode se estabilizar, mas o Governo do Distrito Federal está preparado e trabalhando”.

Conforme a coluna Grande Angular antecipou, a governadora decretou estado de alerta após as fortes chuvas que causaram estragos na capital do país nas últimas horas. O decreto nº 45.382, de 3 de janeiro, determinou o estado de alerta até março. A publicação do Diário Oficial do Distrito Federal determinou equipes de prontidão 24 horas por dia para as chuvas.

Celina disse que a medida significa que os órgãos responsáveis pelo atendimento da população em situação de risco devem cancelar férias de servidores e deixar equipes de pronta resposta, uma vez que há previsão de mais chuvas para os próximos dias.

Relatório da União

O levantamento mapeou apenas as áreas de “risco alto” e “risco muito alto”. Nesse cenário assustador, a capital do país tem 2,1 mil pessoas vivendo neste tipo de situação. São 525 imóveis em locais com perigos geológicos. Ao todo, o DF tem 22 áreas de risco.

Em setembro, quando houve início do período de chuvas do ano, o Metrópoles visitou quatro das áreas de maior risco do DF, nas regiões administrativas de Sobradinho II e Fercal, e conversou com moradores que se arriscam nessas localidades. Para eles, a chegada das chuvas castiga muito mais do que toda a seca brasiliense. Afinal, sobrevivem nas casas que têm para morar.

Veja os relatos:

“Peço a Deus que não chova”, disse a diarista Janilda de Moura Aguiar, 49 anos. As preces, no entanto, não têm sido atendidas. Em agosto, Janilda viu a casa ser inundada ao escoar toda a água da chuva e da rua. Para drenagem, Janilda tem um buraco no chão e na parede. Sem que nenhum familiar conseguisse dormir, a diarista escutava o ronco de um rio margear a cama.

O mês que assustou Janilda foi apenas uma prévia do que estava por vir. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), só nos dois primeiros dias do ano já choveu mais de 80% do total esperado para todo período de janeiro. E a chuva ficará ainda mais regular.

O Metrópoles questionou o GDF sobre quais obras foram feitas na Vila Cauhy desde que recebeu o alerta do governo federal, quantas famílias foram retiradas dos locais de alto risco e qual suporte foi oferecido aos moradores. No entanto, até a última atualização desta reportagem, o governo local não havia emitido nenhum parecer. Este texto será atualizado tão logo haja uma resposta oficial.



https:metropoles

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