Após sofrer com as consequências extremas do El Niño em 2023 e nos primeiros meses de 2024, com ondas de calor, seca e inundação, o brasileiro agora se prepara para a chegada da La Niña. Enquanto o primeiro fenômeno climático se aproxima do fim e da condição neutra, o segundo deve trazer chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste e aumento dos riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e o verão, na Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste.
Essas diferenças ficam em evidência por causa dos extremos de cada evento. O El Niño, por exemplo, se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, mais especificamente na Linha do Equador. De acordo com o Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, o fenômeno climático teve início em junho do ano passado.
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Seca no rio Amazonas
Sarah Teófilo/Metrópoles
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Max Wender/Casa Militar ES
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Uma das principais consequências do El Niño apareceu detalhado em relatório do observatório europeu Copernicus. Segundo o levantamento, 2023 foi o ano mais quente já registrado, impulsionado pelo fenômeno climático.
O El Niño traz consequências para diversas partes do mundo. No Brasil, gera alta nas temperaturas no Centro-Oeste, seca extrema no Norte e Nordeste, além de chuvas intensas no Sul.
O Amazonas registrou a pior estiagem da história. Segundo a Defesa Civil do estado, os 62 municípios amazonenses acabaram afetados pela falta de chuvas. No outro extremo do país, o Rio Grande do Sul sofreu com a passagem de ciclones extratropicais pelo litoral. O fenômeno meteorológico causou estragos por onde se movimentou, desde inundações e quedas de árvores a perdas humanas, com a morte de dezenas de pessoas.
La Niña
Enquanto isso, a La Niña deve começar por volta do segundo semestre de 2024. Diferentemente do El Niño, ela provoca o resfriamento do Oceano Pacífico e causa eventos climáticos inversos no Brasil.
No Brasil, a La Niña é definida pelo aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste e da seca no Sul. Já o Centro-Oeste é afetado com queda nas temperaturas.
Em Brasília, a La Niña provocou uma queda inédita nas temperaturas em 2022. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros marcaram 1,4ºC na estação meteorológica do Gama, em 19 de maio daquele ano.
Simultaneamente ao que acontece com o fenômeno El Niño, em algumas áreas do Pacífico Equatorial, como a costa oeste da América do Sul, as temperaturas já se apresentam mais frias que o normal.
A persistência e a expansão destas áreas mais frias em direção à parte central do oceano são condições favoráveis para formação do fenômeno La Niña, previsto para o segundo semestre do ano, conforme o Inmet.