Considerado foragido, o casal Rodrigo dos Santos Martins, 32 anos, e Yasmin Nadai Martins, 30, é apontado como líder e “patrão” das três influenciadoras digitais do Distrito Federal, presas preventivamente no âmbito da operação Refil Verde, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). As influencers brasilienses estão detidas desde quarta-feira (24/4) acusadas de integrar um esquema que operava lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública.
A coluna apurou que pouco antes de a operação ser desencadeada, o casal de traficantes estava muito próximo de conseguir a cidadania italiana. Ambos teriam enviados grandes remessas de dinheiro para fora do país e convertido parte em bitcoins, o que dificultaria o rastreio das autoridades.
Discreto, o casal de criminosos não ostentava nas redes sociais, mas viajava com muita frequência para Estados Unidos e Europa.
Rodrigo e Yasmin não tinham o costume de utilizar os aeroportos brasileiros para embarcar rumo ao exterior. Geralmente pegavam voos domésticos para cidades fronteiriças com outros países e cruzavam, de carro, para os países vizinhos. De lá, pegavam aviões para o destino escolhido. Recentemente, o casal procurado estava na Europa e já havia passado por Itália e Espanha. Ambos estariam escondidos, planejando deixar o país e escapar do mandado de prisão preventiva que estava por vir.
Influenciadoras do DF são presas acusadas de promover tráfico de óleo de maconha para uso em vaper
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A investigação
As influenciadoras foram arregimentadas por uma rede internacional de tráfico de drogas e amplificavam a venda de refis com extrato de maconha, com alto teor de THC, por meio de perfis no Instagram. A organização criminosa, liderada por Rodrigo e Yasmin, adquiria contas bancárias em nome de terceiros e utilizava empresas fantasmas para lavar o dinheiro do tráfico. A operação cumpriu sete mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e em São Paulo.
O grupo criminoso mantinha websites e contas em redes sociais para o comércio eletrônico dos produtos, informando que estavam vendendo remédios para diversos tipos de doenças. Os traficantes utilizavam-se de números internacionais para o contato com os clientes por meio do WhatsApp.
Nesse momento, entrava em ação o trabalho dos influenciadores digitais, contratados país afora para divulgar a venda da droga nos respectivos perfis no Instagram.
Influenciadoras do bagulho
Com mais de 38 mil seguidores no Instagram, Rhaynara Didoff se apresenta em seu perfil como atriz, cantora e humorista. Durante as apurações, investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) identificaram e colheram provas materiais de que a influenciadora foi contratada pela rede de tráfico para fazer propaganda das “canetas” e refis com óleo de maconha traficados pela rede criminosa país afora.
Nas imagens publicadas em seus Stories, a influencer utiliza as canetas e recomenda o consumo da droga, além de divulgar o link dos sites que traficam a maconha em sua forma líquida. Em tom bem-humorado, a blogueira publica sua rotina de vida em paralelo ao consumo das “canetas mágicas”.
A segunda influenciadora do DF presa nessa quarta por envolvimento com o tráfico de drogas é Elisa de Araújo Marden. Em seu perfil no Instagram, ela se apresenta como empresária e compartilha fotos e vídeos de viagens e festas, sempre fazendo apologia ao uso de maconha.
Em vídeos produzidos após encomenda do grupo responsável pelo tráfico dos refis de maconha, a influenciadora costuma recomendar a compra dos produtos divulgando os endereços dos sites dos traficantes.
A terceira influenciadora presa é Letícia Susane Correia Castro. Como as outras duas, a jovem utiliza suas redes sociais para divulgar os refis de maconha com alto teor de THC nos Stories, fazendo “merchan” para o grupo criminoso. Susane alterna entre fotos e vídeos em praias paradisíacas e a utilização das “canetas” turbinadas com óleo de maconha.