Maria Eduarda Soares de Mendonça, morta nesta segunda-feira (11/3) após complicações provocadas pela dengue, era advogada e ativista. Com apenas 84 centímetros de altura, Duda falava sobre valorização da vida, preconceito e inclusão e fazia palestra sobre esses assuntos desde os 10 anos de idade.
A brasiliense foi diagnosticada com a doença na sexta-feira (8/3) e teve piora do quadro no domingo (10/3). Em entrevista concedida ao Metrópoles, em 2016, Maria Eduarda contou que a altura e o grave problema de visão, decorrentes de uma síndrome rara, não a impediam de sonhar e colecionar uma série de conquistas.
A jovem foi diagnosticada, em 2015, com displasia óssea esponjometafisária com distrofia de cones e bastões. A doença, que causa fortes dores nas costas, obrigava a advogada a usar uma cadeira de rodas para se locomover para locais afastados.
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“A minha doença tem quase uns seis nomes grandes e difíceis de falar. Acho que sou a sexta ou sétima pessoa no mundo diagnosticada com essa mutação genética”, explicou Duda ao Metrópoles, à época. Para ela, era possível lutar e, principalmente, acreditar nos sonhos. “Quando a gente faz o bem para os outros, a vida devolve”, disse, na ocasião.
A advogada chegou a decidir cursar Direito na UnB, mas fez uma dura crítica em relação ao processo seletivo voltado para as pessoas com deficiência física elaborado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe). Por isso, fez o vestibular do UniCeub, onde se formou.
Nota de pesar
Em nota, as diretorias da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e da Caixa de Assistência dos Advogados do Distrito Federal (CAADF) lamentaram a morte da brasiliense. “Maria Eduarda, conhecida como Duda, lutava pelos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Ela fazia parte do Movimento Maria Cláudia Pela Paz, uma entidade de assistência social”, declararam.
“Neste momento difícil e delicado, a OAB-DF e a CAADF se solidarizam e desejam força, coragem e muita união aos familiares e amigos”, finalizaram.