Segundo ano da pandemia teve recorde de mortes maternas no Amazonas, aponta painel do Ministério da Saúde | Amazonas

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Dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, do Ministério da Saúde (MS) mostram que, em 2021, houve alta de mortes maternas no Amazonas, com 2.103 casos. Foram 1.500 em 2020. Em 2022, segundo dados preliminares do Painel, 1.278 mulheres morreram no Amazonas durante a gravidez, o parto ou puerpério.

 

Dados do Painel mostram que no Brasil, em 2021, 94.826 mulheres morreram durante a gravidez, o parto ou puerpério. Foram 71.879 em 2020. Em 2022, foram 66.862 mortes maternas.

Em 2021, a razão de mortalidade materna no Brasil voltou aos níveis inaceitáveis de 25 anos atrás, de acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr). Em 2021, houve 110 mortes de mulheres a cada 100 mil nascidos vivos – a mesma taxa que em 1998.

A razão de mortalidade materna (RMM) – um dos mais importantes indicadores globais de saúde – é o número de mortes de pessoas por causas ligadas à gestação, parto e puerpério (até 42 dias após o parto) por 100 mil nascidos vivos. Em 2019, a RMM foi de 57,9 mortes e, em 2020, de 71.

A pandemia exacerbou também desigualdades regionais. Historicamente, as regiões Nordeste e Norte têm o pior cenário, identificando a população mais vulnerável do país; a pandemia apenas agravou um problema que não é novo. Em 2021, o estado brasileiro com a razão de mortalidade materna mais alta foi Roraima: 281,7 mortes por 100 mil nascidos vivos.

A meta assumida pelo Brasil junto às Nações Unidades é reduzir a RMM 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030. A taxa em países desenvolvidos oscila em torno de 10 mortes por 100 mil nascidos vivos.

Para a coordenadora da Comissão Nacional de Saúde da Mulher do Conselho Federal de Enfermagem (CNSM/Cofen), Dannyelle Costa, era esperado um aumento da mortalidade em 2021 em razão da covid, mas a pandemia não justifica a dimensão do retrocesso. “O que observamos não foi resultado apenas da covid-19, mas das interrupções na assistência primária, além do atraso vacinal e injustificável demora em reconhecer as gestantes como grupo de alto risco”, pondera Dannyelle, que destaca a importância da atenção primária.

O acompanhamento médico durante os nove meses de gravidez é fundamental para melhorar e evitar problemas para a mãe e a criança e pode diminuir a mortalidade materna. É importante que o pré-natal seja transdisciplinar, que a gestante tenha contato com as enfermeiras obstetras ou obstetrizes, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, tudo isso melhora o desfecho da gestação.
Embora a covid não seja mais emergência em saúde pública de importância internacional, o coronavírus ainda circula e a vacinação continua sendo fundamental, principalmente para as grávidas, ressalta a obstetra.

É importante que as gestantes se protejam contra a covid: usar máscara em lugares de muita aglomeração, evitar contato com pessoas doentes e se vacinar. A vacinação ajuda a reduzir a mortalidade materna. Isso também faz parte das políticas públicas, incentivar a vacinação.

Mundo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a mortalidade materna é inaceitavelmente alta no mundo. Cerca de 287 mil mulheres morreram durante a gravidez, o parto e no puerpério em 2020. Quase 95% de todas as mortes maternas ocorreram em países de baixa e média renda, e a maioria poderia ter sido evitada.

Entre os países da América Latina e do Caribe, a mortalidade materna aumentou em 15% entre 2016 e 2020, com 8.400 mortes de mulheres a cada ano. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), “um retrocesso de 20 anos na saúde materna na região”, após uma redução de 16,4% entre 1990 e 2015. A meta é menos de 30 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos. Hoje são 68 mortes por 100 mil nascidos vivos. A OMS define óbito materno como a morte de uma mulher, ocorrida durante a gestação, parto ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação.

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