São Paulo – O funkeiro MC Makalezinho, de 23 anos, foi alvo de ao menos sete disparos, quatro deles de fuzil, dados por policiais militares, na manhã desta sexta-feira (1º/3), na zona leste da capital paulista. Ele morreu na Rua Pacarana, sem tempo de ser socorrido.
A Central de Comunicação da PM afirmou ao Metrópoles, no início da tarde, por telefone, que dois suspeitos teriam trocado tiros com agentes do 4º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep).
Porém, segundo relatado pelos próprios policiais que participaram da ocorrência, nenhum tiro foi dado pelo funkeiro ou pelo outro rapaz, de 34 anos, também baleado pelos PMs e que seguia internado até a publicação desta reportagem.
MC Makalezinho
MC Makalezinho
MC Makalezinho
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Em depoimento à Polícia Civil, um tenente e um soldado afirmaram ter avistado entre quatro e cinco homens “praticando atos que pareciam ser a venda de drogas”.
Os PMs então afirmaram ter decidido se aproximar do grupo, caminhando. Pelo outro lado, acrescentaram, outra equipe de policiais também seguia na mesma direção.
“Ato continuo, esses mesmos quatro ou cinco indivíduos foram correndo na direção do tenente e do soldado, sendo que dois deles estavam armados”.
O tenente afirmou ter dado quatro tiros de fuzil contra o grupo e, o soldado, três de pistola.
Natan Silveira dos Santos, o MC Makalezinho, foi atingido e morreu no local. O outro rapaz foi ferido e levado ao Hospital Santa Marcelina.
Uma pistola e drogas
Os policiais afirmaram, ainda em depoimento, ter localizado uma pistola calibre 9 milímetros ao lado do corpo do MC, além de uma mochila, “que acreditam que estava na posse dele”. Dentro da mochila, acrescentaram, havia drogas.
Três rapazes foram levados à delegacia, dos quais dois afirmaram serem usuários de drogas e, o terceiro, irmão do funkeiro.
A outra arma supostamente avistada pelos PMs não foi encontrada. Os policiais do Baep alegam que ela foi “jogada” pelo rapaz que segue hospitalizado.
A delegada Vanessa Macario Oliveira, que registrou a ocorrência, afirmou considerar “frágeis os fundamentos” apresentados pelos PMs, “por ora”, para tipificar a conduta do rapaz internado.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo foi questionada pelo Metrópoles, mas não havia se manifestado sobre a ocorrência até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Cresce letalidade da PM
Dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público paulista, mostram que 33 pessoas foram mortas por policiais, na capital paulista, no primeiro bimestre deste ano. Isso representa alta de 17% em relação ao mesmo período do ano passado, no qual ocorreram 28 casos.
No estado de São Paulo, a letalidade da corporação explodiu em 92,7%. Foram 69 casos no período, de 2023, e 133 neste ano.
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