Em fevereiro de 2024, o setor de serviços registrou uma retração de 0,9% frente a janeiro de 2024, depois de registrar três resultados positivos consecutivos, período em que acumulou alta de 1,5%. O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava um avanço de 0,2%, segundo levantamento da Bloomberg.
Mesmo assim, o segmento encontra-se 11,6% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia), mas 1,9% abaixo de dezembro de 2022, o ponto mais alto da série histórica. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (12/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Destaque-se, na comparação com fevereiro de 2023, sem ajuste sazonal, que houve expansão de 2,5% em fevereiro de 2024, segundo resultado positivo seguido. No indicador acumulado do primeiro bimestre deste ano, o setor cresceu 3,3% frente ao mesmo período de 2023.
O acumulado nos últimos 12 meses ele mostrou perda de dinamismo ao passar de 2,3% em janeiro para 2,2% em fevereiro de 2024. Com isso, manteve a trajetória descendente verificada desde outubro de 2022 (9,0%).
Atividades em queda
A queda do volume de serviços na passagem de janeiro para fevereiro de 2024 ocorreu em quatro das cinco atividades analisadas pelo IBGE. O destaque foi para o recuo do grupo de “profissionais, administrativos e complementares” (-1,9%), que eliminaram o ganho obtido em janeiro (1,0%).
As outras retrações ocorreram em “informação e comunicação” (-1,5%), “transportes” (-0,9%) e “outros serviços” (-1,0%). No sentido oposto, os “serviços prestados às famílias” (0,4%) mostraram uma ligeira variação positiva, depois de um tombo de 2,9% em janeiro.
Peso na inflação
Apesar do recuo em fevereiro, o setor de serviços vem mostrando forte resiliência no país, algo que os especialistas consideram preocupante sob o ponto de vista da pressão inflacionária. Isso porque ele é intensivo em mão de obra e, associado ao aumento de renda do trabalhador, pode resultar numa demanda por consumo acima da oferta, o que resulta em inflação.
Impacto regional
Entre as 27 Unidades Federativas (UFs), a maior parte – 14 delas – tiveram queda no volume de serviços em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Entre os locais que apontaram taxas negativas nesse mês, o impacto mais importante veio de São Paulo (-1,0%), seguido por Paraná (-2,5%), Rio de Janeiro (-0,7%), Mato Grosso (-2,7%), Ceará (-1,3%) e Espírito Santo (-1,4%).
Em contrapartida, Bahia (0,9%), seguida por Pará (1,7%) e Rio Grande do Norte (3,5%) exerceram as principais contribuições positivas do mês.
Na comparação com fevereiro de 2023, a expansão do volume de serviços no Brasil (2,5%) foi acompanhada por 22 das 27 UFs. As contribuições positivas mais importantes vieram do Rio de Janeiro (4,0%) e Minas Gerais (5,6%), seguidos por Paraná (6,3%), Santa Catarina (8,4%), Distrito Federal (9,9%), São Paulo (0,5%) e Rio Grande do Sul (4,6%). Em sentido oposto, Mato Grosso (-8,8%) liderou as perdas do mês.