Foram quase 30 anos longe da sala de aula, mas Lucila Regina Gonçalves da Silva, 42 anos, conseguiu voltar para a escola e se formar.
Ela recorreu ao EJA (Educação de Jovens e Adultos), uma modalidade da educação básica adaptada para jovens, adultos e idosos, com 15 anos completos ou mais, que não tiveram acesso ou não concluíram o Ensino Fundamental (1° ao 9° anos).
As matrículas para os interessados estão abertas – e permanecem assim durante todo o ano letivo. Os interessados só precisam comparecer à secretaria da unidade de educação mais próxima (saiba mais abaixo).
“Parei de estudar aos 13 anos, na quinta série. Depois engravidei, e tive que buscar outros caminhos. Tive quatro filhos, esperei todos crescerem. E foi maravilhoso estar lá na sala de aula. Tudo melhorou ao voltar a estudar”, conta Lucila, que se formou no Ensino Fundamental em 2019.
A EJA é para todos e há diversas modalidades de horários e incentivos que melhor se adaptam às rotinas das pessoas interessadas.
Lucila, por exemplo, sabia que havia aulas de EJA no CEU (Centro de Educação Unificado) de Perus, bairro na Zona Oeste de São Paulo, onde ela mora.
“Mas eu nunca ia porque não dava tempo. Além disso, era muito cansativo trabalhar e ir para a escola a pé e voltar a pé”, conta.
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Um dia ela foi lá se informar e conseguiu acesso ao Bilhete Único (um programa que fornece passagens de ônibus subsidiadas). Foi então que ela e o marido voltaram a estudar.
Ela optou pelo período de duas horas de aula por dia – nesta modalidade, é possível escolher se as aulas serão de manhã, de tarde ou de noite. Além deste, há outros quatro modelos de ensino, com horários e frequências específicas (leia mais abaixo).
Lucila conta que não só teve diversos conhecimentos escolares como também aprimorou o contato com a cultura. Foi com a turma da EJA que ela visitou pela primeira vez o Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), fez oficinas, e frequentou teatros.
Para Lucila, o retorno à sala de aula melhorou a vida. Hoje, ela incentiva diversas pessoas a concluírem os estudos.
“É gratificante você ler o que tem vontade, sair e saber o nome da rua que está passando. Aprendi a ser cidadã com ideias próprias”, conta Lucila.
Ela não parou apenas no Ensino Fundamental. Após a conclusão da EJA, Lucila fez o Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos), uma prova que é aplicada todos os anos em que o aluno obtém pontuação que equivale à conclusão do Ensino Médio.
Agora ela quer se preparar para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que serve como um vestibular unificado, e entrar em uma faculdade.
“Eu diria que a única coisa que não podem tirar de você é o seu conhecimento, o que você aprendeu. Vale a pena aprender com nossos semelhantes, o estudo edifica nossa existência”, afirma.
Educação de Jovens e Adultos tem horários flexíveis
A Educação para Jovens e Adultos é oferecida pela Prefeitura de São Paulo, por meio da SME (Secretaria Municipal de Educação), de cinco formas diferentes:
- EJA Regular: as aulas ocorrem nas escolas da Rede Municipal de Ensino durante a noite, das 19h às 23h (período de 4 horas);
- EJA Modular: oferecida à noite, com aulas presenciais obrigatórias de 2h15 por dia;
- Cieja (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos): as aulas ocorrem de manhã, tarde e noite, com um horário obrigatório de aulas presenciais de 2h15 por dia;
- Mova-SP (Movimento de Alfabetização de São Paulo): oferecido em unidades conveniadas, com turmas de alfabetização, em espaços não escolares. As aulas ocorrem nos períodos da manhã, tarde e noite, de segunda a quinta-feira, com a duração de 2h15;
- CMCT (Centro Municipal de Capacitação e Treinamento): oferece cursos profissionalizantes de curta duração, em duas unidades em São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo.
Como se matricular na EJA
As matrículas podem ser feitas nas próprias unidades educacionais durante todo o ano. Não é preciso esperar o início do semestre letivo para dar este passo rumo à educação.
Para fazer a matrícula, a pessoa interessada deve apresentar o RG (original e cópia), CPF, comprovante de endereço (original e cópia), comprovante de escolaridade (histórico escolar ou declaração de transferência emitida pela escola de origem, se houver).
Caso a pessoa não tenha os documentos no ato da matrícula, é possível levá-los à secretaria da escola após o momento da inscrição.
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Onde estudar
A Rede Municipal de Educação conta atualmente com 185 unidades educacionais que ofertam a modalidade de Educação de Jovens e Adultos na cidade de São Paulo. As unidades estão organizadas por Diretorias Regionais de Educação (DRE).
Clique aqui para saber os endereços.