O Supremo Tribunal Federal (STF) vai começar em junho as audiências de testemunhas na ação penal aberta contra a deputada federal Carla Zambelli por, com uma arma em punho, ter perseguido um apoiador de Lula em uma rua de São Paulo na véspera do segundo turno presidencial de 2022. A ação corre em segredo de Justiça no Supremo e tem o ministro Gilmar Mendes como relator.
As audiências de instrução do processo, com oitivas das testemunhas de acusação e de defesa, ocorrerão nos dias 7, 14 e 21 de junho, em uma sala no STF. Os depoimentos poderão ser presenciais ou por meio de videoconferência.
Luan Araújo, jornalista que foi perseguido pela deputada bolsonarista, falará no processo em 7 de junho, a partir das 9h, assim como os policiais militares Rafael Douglas Vicente e Aristóteles Alves da Silva, que atenderam a ocorrência na capital paulista.
Entre as testemunhas de defesa que serão ouvidas no STF estão Antônio Aginaldo de Oliveira, marido de Carla Zambelli; João Hélio Salgado e João Hélio Salgado Neto, pai e filho da deputada; ex-assessores e uma assessora da parlamentar.
Em agosto de 2023, o STF aceitou a denúncia da PGR contra Zambelli pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Episódio apontado até hoje por bolsonaristas como um dos motivos da derrota de Jair Bolsonaro para Lula, a perseguição de arma em punho na véspera do segundo turno de 2022 ocorreu no bairro dos Jardins, em São Paulo.
Armada com uma pistola calibre 9 mm, a deputada correu atrás de Araújo após ouvir provocações na saída de um restaurante. Apontando a arma para o eleitor de Lula, ela o rendeu dentro de uma lanchonete e ordenou que deitasse no chão.