Sucesso de Nosso Lar 2 evidencia força do espiritismo no audiovisual

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Em menos de duas semanas de lançamento, o filme Nosso Lar 2 – Os Mensageiros, dirigido e roteirizado por Wagner de Assis, alcançou a impressionante marca de 1 milhão de espectadores, repetindo a boa performance do primeiro Nosso Lar, de 2010, que levou 4 milhões de pessoas aos cinemas e se tornou o segundo longa nacional mais visto no ano, atrás apenas de Tropa de Elite 2. 

Para além de evidenciar a boa fase do cinema nacional, o sucesso do longa demonstra como a temática espírita é valorizada no país. “O interesse em assuntos de espiritualidade em geral é uma característica muito brasileira”, afirma o diretor Wagner de Assis ao Metrópoles.

“Quando a gente apresenta uma história que não faz parte de um nicho, não é uma história direcionada, mas sim uma história universal, isso nos permite acreditar que estamos contando a história da forma como ela deve ser contada”, avalia.

Na visão do diretor, não é o critério religioso que chama atenção do público e, sim, o espiritual. “Falar de questões que envolvem amor, perdão, capacidade de redenção, a ideia de que nunca estamos sozinhos e de que a vida continua, como foi no primeiro filme, é interessante para todas as pessoas. Se estiver bem tende a ser interessante no cinema, em uma série de TV, no streaming… onde quer que seja”, completa.


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A opinião do diretor é reforçada pela diretor de cinema da Federação Espírita Brasileira, João Rabelo. “Os espíritos nos dizem que as pessoas estão cansadas de violência e apelação, carentes de uma palavra de consolo de uma perspectiva de paz e tranquilidade”, opina. 

Atento a essa tendência, a Federação Espírita disponibiliza um catálogo em seu site com dezenas de sugestões de obras que abordam a  temática. “Quem de nós nunca perdeu um ser amado, teve problemas com familiares e precisa de um pouco de alegria interior?”, salienta. 

Temática sumiu da TV aberta

Outra hipótese para o êxito de Nosso Lar está vinculado à queda na oferta de produções sobre o assunto nos últimos anos. A TV Globo, responsável por popularizar as novelas espíritas, mudou de estratégia para não não afugentar o público evangélico, que deve se tornar a maioria da população brasileira em 10 anos.

Não à toa, em 2021, a emissora demitiu Elizabeth Jhin, autora de sucessos como Além do Tempo (2015), Amor Eterno Amor (2012), Escrito Nas Estrelas (2010) e Eterna Magia (2006), dando mais um indício de que não pretende voltar a investir nessas histórias.

“O interesse por tramas espíritas são sempre muito grande e grande parte nem segue a religião, mas quer ver aquele conforto de existir um lugar no pós-morte”, avalia Sérgio Santos, o Zamenza, colunista do TV História, e fundador do blog De Olho nos Detalhes.

“O sucesso das novelas assim é a prova. Pena que atualmente a gestão da Globo esteja tão retrógrada a ponto de não querer mais novelas assim na grade por conta do crescimento dos evangélicos”, critica.

 



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