O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) deu cinco dias úteis para que o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) apresente explicações sobre as denúncias de suposto direcionamento de vagas em processos seletivos para contratação de pessoal.
Além disso, a Corte cobrou justificativas para um possível favorecimento de candidatos que atuam ou trabalharam anteriormente no instituto. Essa é a segunda vez em menos de uma semana que o Iges-DF entra na mira do TCDF devido a supostas fraudes cometidas em processos seletivos.
Na representação protocolada pelo Ministério Público junto ao TCDF (MPjTCDF), a instituição destacou haver “falta de objetividade nas seleções do instituto”, o que fere os princípios da impessoalidade e da moralidade.
Entre outros problemas apontados pela representação analisada no tribunal está a exclusão de um candidato que concorria ao cargo de analista de contratos – ainda na etapa de avaliação curricular –, apesar de ele atender a todos os pré-requisitos obrigatórios.
O MPjTCDF identificou, ainda, possíveis irregularidades no Edital nº 101/2023, com abertura de vagas para o cargo de analista administrativo. A denúncia destacou não ter havido análise de recurso que questionava a experiência exigida dos candidatos.
Só conseguiria cumprir a exigência o participante que tivesse atuado anteriormente na vaga ou que trabalhasse em função similar dentro do próprio instituto, o que indicava possível direcionamento das vagas.
Subjetividade nos processos seletivos
Na seleção para o cargo analista de mobilidade, também há suspeita de favorecimento. A denúncia destaca que, apesar de não ter um currículo de peso, só o quinto colocado no processo seletivo, que seria do quadro de empregados do Iges-DF, teria se classificado na etapa de análise curricular.
O MPjTCDF acrescentou que, “dos 351 candidatos classificados na fase de análise curricular, 53 são ou eram colaboradores do Iges-DF”, o que correspondente a cerca de 15% dos aprovados.
A representação também questionou a falta de objetividade na etapa de entrevistas. Candidatos relataram que ora as perguntas dos entrevistadores eram genéricas, o que impossibilitava um exame objetivo do que se buscava avaliar, ora muito específicas, o que demandava conhecimento das rotinas internas do Iges-DF para ser possível dar uma resposta satisfatória – fato que prejudicava concorrentes externos.
Procurado pelo Metrópoles, o Iges-DF não havia se posicionado até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.