São Paulo – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli suspendeu a multa de R$ 10,3 bilhões do acordo de leniência da J&F com o Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi revelada pelo jornal O Globo e pela revista piauí e foi confirmada pelo Metrópoles.
Na mesma decisão, o ministro autorizou à J&F o acesso às mensagens hackeadas de procuradores apreendidas na Operação Spoofing, que levou à prisão de Walter Delgatti Netto e outros acusados de invadir celulares de membros do MPF.
Na mesma decisão, o ministro autorizou a J&F a renegociar seu acordo diretamente com a Controladoria-Geral da União.
A mulher do ministro, Roberta Rangel, é advogada da J&F em outro caso: na briga contra a Paper Excellence pelo controle da Eldorado Celulose. Em disputa, nessa guerra, estão R$ 15 bilhões.
Após se aposentar do STF, o ex-ministro Ricardo Lewandowski, que era relator do processo relacionado ao acesso às mensagens hackeadas pelas defesas no STF, herdado por Toffoli, também passou a advogar para o grupo nessa disputa.
Uma grande parte da multa do acordo de leniência da J&F, no valor de R$ 6,8 bilhões, chegou a ser anulada dentro da Procuradoria-Geral da República, pelo subprocurador-geral Ronaldo Albo. À época, ele atropelou uma decisão da 5ª Câmara de Revisão Criminal da PGR, que havia mantido o acordo.
A decisão de Albo foi anulada pelo Conselho Institucional do MPF. Ele foi retirado pela então PGR interina Elizeta Paiva da coordenação da 5ª Câmara, órgão que presidia e no qual tomou a decisão de dar o desconto à J&F.