O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de El Salvador finalizou a análise dos resultados da votação presidencial realizada em 4 de fevereiro e declarou a reeleição do presidente Nayib Bukele com 82,66% dos votos.
Segundo o órgão, Bukele foi escolhido por 2,7 milhões de um total de 3,2 milhões eleitores que foram às urnas no país e no exterior, o que equivale a pouco mais da metade (52,6%) do total do eleitorado salvadorenho.
Com a oficialização dos resultados, Bukele torna-se o primeiro presidente do país a ser reeleito para o cargo – algo, porém, que é vetado pela Constituição de El Salvador desde a redemocratização que pôs fim a décadas de ditadura militar no país da América Central.
A recondução de Bukele ao cargo, porém, foi possibilitada por juízes constitucionais leais ao governo. A proibição poderá ser contornada mediante uma licença de seis meses da Presidência até o dia da posse, marcada para 1º de junho.
Bukele celebrou o resultado oficial nas redes sociais, agradecendo “ao povo salvadorenho” pelo apoio.
Os demais candidatos, o esquerdista Manuel Flores, da Frente Farabundo Martí para a Liberação Nacional (FMLN), e o conservador Joel Sánchez, da Aliança Republicana Nacionalista (Arena), tiveram 6,25% e 5,44% dos votos, respectivamente.
Agora, a corte eleitoral analisará o resultado das eleições legislativas.
Falhas no processamento em El Salvador e transmissão de atas
Dias antes, o TSE reconheceu falhas na transmissão de aproximadamente 30% das atas das seções eleitorais, que seriam contadas “cédula a cédula”, segundo a presidente do órgão, Dora Esmeralda Martínez.
No caso da eleição de deputados para a Assembleia Legislativa, a contagem “cédula a cédula” abrangeria não 30%, mas “todos os pacotes eleitorais”, distribuídos num total de 8.562 urnas.
Membros da oposição, especialistas eleitorais e usuários de redes sociais acusaram irregularidades no processo de transmissão dos resultados preliminares.
O partido de Bukele afirma ter conquistado pelo menos 58 das 60 cadeiras do Legislativo.
Combate ao crime organizado como bandeira de campanha
Bukele tornou-se popular em El Salvador fazendo do combate ao crime organizado sua principal bandeira de campanha. No ano passado, a taxa de homicídios no país caiu ao menor nível das últimas três décadas – indo em 2019 de 36 para 2,4 por 100 mil habitantes em 2023.
Grupos de defesa dos direitos humanos questionam o estado de emergência decretado por Bukele há quase dois anos porque ele permite prisões sem mandados.
Nesta sexta, a família de um ex-conselheiro de Bukele morto nesta semana dentro da prisão afirmou que o corpo dele exibia sinais de tortura.
Alejandro Muyshondt havia sido preso em agosto acusado de espionagem, após levantar acusações contra um parlamentar da base governista. No final do ano, ele sofreu um derrame que o deixou incapaz de se falar ou mover.
Segundo Bukele, Muyshondt trabalharia para o ex-presidente Mauricio Funes (2009-2014) e teria vazado documentos confidenciais a jornalistas e agentes estrangeiros.
“Temos muitas dúvidas sobre como a morte ocorreu”, afirmou uma advogada da família da vítima. “O corpo tem diversas contusões, diversas peças de evidência de que ele foi torturado de alguma forma.”
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