São Paulo – A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está investigando um suposto desvio de recursos destinados a pesquisadores do Instituto de Biologia. Uma funcionária da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), suspeita de desviar a verba, foi demitida.
A apuração do caso começou depois que uma auditoria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), responsável pelo envio do dinheiro, detectou irregularidades na prestação de contas de um pesquisador da Unicamp.
A Fapesp solicitou esclarecimentos para ele e chamou atenção de outros pesquisadores do Instituto de Biologia da universidade. Segundo a Fundação, a direção do instituto também identificou um problema com as verbas.
Em nota, a Unicamp confirmou que está apurando o caso, mas disse que não dará detalhes sobre o tema para não prejudicar as investigações em curso.
A assessoria da universidade confirmou, no entanto, que uma funcionária da Funcamp foi demitida. A servidora era responsável por fazer a prestação de contas.
De acordo com uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, um comunicado interno enviado pela coordenação do Instituto de Biologia aponta que a servidora demitida incluía notas fiscais de sua própria empresa nas prestações de contas de 28 pesquisadores.
Ainda segundo o documento, a funcionária fazia transferências para sua conta bancária, resultando no desvio de “uma soma vultosa”.
Pesquisadores podem ser cobrados
Por meio de nota, a Fapesp afirmou que segue analisando as prestações de contas já realizadas por parte dos pesquisadores em questão.
“As providências que incumbem à Fapesp consistem em apontar aos pesquisadores possíveis irregularidades nas prestações de contas. Caso eventuais irregularidades se comprovem e não sejam sanadas, a Fapesp cobrará dos pesquisadores a devolução dos recursos”, diz o texto.
A Fundação afirma que vai acompanhar as providências legais que os pesquisadores e a universidade estão tomando.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o caso foi apresentado no 7º Distrito Policial de Campinas. A pasta afirma que as vítimas trouxeram “dados precários” sobre o tema e foram orientadas pelas equipe policial a reunir mais informações para viabilizar o registro do crime.