A Usiminas registrou um lucro líquido de R$ 35,6 milhões no primeiro semestre deste ano, valor que representa uma queda de 93% em relação ao mesmo período de 2023, quando a cifra atingiu R$ 544 milhões. A informação consta no balanço divulgado pela empresa nesta terça-feira (23/4). A queda, em grande medida, reflete o impacto negativo das variações do preço internacional do minério de ferro, além da importação de aço da China por parte do Brasil.
O resultado operacional da companhia, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), ficou em R$ 416 milhões no primeiro trimestre em valores ajustados, numa queda de 47% na comparação anual. A expectativa do mercado era de um lucro líquido de R$ 128 milhões e Ebitda de R$ 387 milhões. Ou seja, ambas as projeções ficaram bem acima dos números reportados.
Peso do dólar
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 156 milhões no primeiro trimestre de 2024. De acordo com a empresa, ele “foi reflexo de perdas cambiais líquidas de R$ 98 milhões registradas no trimestre, ante ganho cambial de R$ 112 milhões no trimestre anterior, consequência do efeito da desvalorização do real frente ao dólar registrada no final do período, impactando negativamente os passivos em dólar da companhia”.
A dívida líquida da companhia ficou em R$ 310 milhões. A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, subiu a 0,22 vez.
Vendas de aço
A Usiminas informou vendas estáveis de 1,04 milhão de toneladas de aço, tanto no mercado interno como em exportações. Isso além de 1,96 milhão de toneladas de minério, volume 4% superior ao primeiro trimestre de 2023, mas 18% inferior em relação ao quarto trimestre do ano passado.
De acordo com a empresa, a retomada das operações no alto-forno 3 da usina de Ipatinga, em Minas, trouxe ganho de eficiência, refletidos nos melhores resultados do negócio de siderurgia. No trimestre, a Usiminas investiu R$ 268 milhões em suas operações, 54% abaixo do valor desembolsado um ano antes.
Importações
De acordo com o balanço, o volume de importação de ações planos aumentou 18% no primeiro trimestre de 2024, na comparação com igual período de 2023. “Chama a atenção nos dados de importação, o elevado volume registrado em março, o terceiro maior desde 2010”, diz o relatório.
A Usiminas, contudo, informou que espera estabilidade nas vendas de aço no segundo trimestre deste ano, com base no desempenho positivo em mercados como o de veículos pesados, óleo e gás e linha branca. Conforme a siderúrgica, o segmento de automóveis leves “também apresenta bom desempenho de vendas, mas a pressão das importações de veículos impacta negativamente a demanda de aço”.
A empresa ressaltou ainda que o segmento de máquinas agrícolas e equipamentos apresenta desaceleração pela redução de investimentos.
No trimestre, a produção de aço bruto foi de 700 mil toneladas, uma queda anual de 2%. No caso dos laminados, ela alcançou 1 milhão de toneladas, estável frente aos três meses anteriores. Na unidade de mineração, a previsão é de vendas estáveis no segundo trimestre deste ano, frente ao período anterior. Veja os dados completos do balanço neste link.
