A caçada a Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson “Tatu” Cabral Nascimento, de 33, detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, entra no quarto dia neste sábado (17/2).
Após a fuga histórica do presídio de segurança máxima, a primeira no Sistema Penitenciário Federal, o Ministério da Justiça e Segurança Pública mobilizou uma força-tarefa para encontrar a dupla.
A operação conta com cerca de 300 agentes federais e estaduais, helicópteros e drones. Desse total, 100 são agentes da Polícia Federal (PF), 100 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 100 das forças policiais locais.
Ainda assim, até o momento, o que se encontrou foram apenas rastros, como pegadas, roupas e restos de alimentos deixados pelo caminho. Como mostrou a coluna Na Mira, do Metrópoles, eles foram vistos carregando mochilas e calçando tênis na região.
Na zona rural de Mossoró, as equipes identificaram pegadas e recolheram roupas, toalhas e lençóis. De acordo com os investigadores, essas peças teriam sido furtadas de uma residência que fica perto da penitenciária.
As buscas têm se concentrado num raio de 15 km do presídio, uma vez que não há indícios de que os dois teriam sido levados ou capturado algum veículo para fugir. O cerco também teria impedido que se deslocassem por uma grande distância, avaliam as autoridades.
De acordo com a coluna Guilherme Amado, do Metrópoles, familiares acreditam que os detentos foram mortos. A defesa ajuizou um pedido para ter acesso às imagens da fuga.
Reforço na segurança
Na quarta-feira (14/2), dia em que a fuga foi registada, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou o afastamento da atual direção da Penitenciária Federal em Mossoró. O policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires assumiu o posto como interventor.
A pasta ainda determinou a abertura de investigações para apurar responsabilidades da fuga no âmbito administrativo e criminal. Lewandowski anunciou ainda medidas para reforçar a segurança no Sistema Penitenciário Federal.
Entre as novidades, está a modernização do monitoramento e aumento do controle de acesso, por meio da implementação de tecnologia de reconhecimento facial nos cinco presídios federais.
“Nós vamos requisitar a nomeação de 80 policiais penais federais que já foram aprovados em concurso público para reforçar o Sistema Prisional Federal”, disse. Ele afirmou que parte desse contingente partirá diretamente para Mossoró.
Lewandowski anunciou ainda a ampliação dos sistemas de alarmes e sensores de presença nas cinco unidades, além da construção de muralhas em todas as unidades, como ocorre em Brasília.
Além disso, o Ministério da Justiça prorrogou a norma que endurece o nível de segurança nos presídios federais. Com a medida, ficam suspensas até quarta-feira (21/2) as visitas, os banhos de sol dos detentos e as atividades laborais, educacionais e religiosas dentro das penitenciárias.
Fuga improvisada
Deibson Cabral Nascimento, o “Deisinho” ou “Tatu”, e Rogério da Silva Mendonça escaparam da prisão de segurança máxima por volta das 3h30 de quarta-feira (14/2).
Lewandowski detalhou que os detentos utilizaram ferramentas da obra que ocorria na unidade prisional para fugir. As câmeras do local não capturaram o momentos porque não estavam funcionando.
Os presos foram transferidos para a unidade, em setembro de 2023, após uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves que deixou cinco detentos mortos. A dupla é ligada ao Comando Vermelho.
A Penitenciária Federal de Mossoró foi inaugurada em julho de 2009 e fica em uma área rural no Rio Grande do Norte.
Atualmente, há cinco unidades desse modelo no Brasil, elas estão localizadas em Brasília (DF), Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).