Vídeo. Guardas Municipais do Rio agridem homem na frente dos filhos

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Dois guardas municipais foram flagrados agredindo um homem na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (13/3). Nas imagens obtidas pelo portal O Dia, é possível ver que o homem foi empurrado diversas vezes e que os filhos ficaram visivelmente abalados com a situação. Assista ao vídeo:

 

Ao jornal O Dia Thiago Lopes, que é analista de sistemas, contou que estava parado no sinal em frente à Escola Modelar Cambaúba,  no Jardim Guanabara, esperando para entrar na área de carga e descarga. “Meu filho viu o meu carro e veio em direção a ele e abriu a porta para entrar. Quando ele estava entrando, o guarda disse que iria me multar.  O sinal estava fechado, e eu estava aguardando um carro sair da baia, com a seta ligada, para entrar nela”, explicou Thiago.

O analista de sistemas detalhou o início da agressão. “Eu pedi só para esperar meu filho entrar no carro, e ele não gostou e começou a me agredir verbalmente, com palavrões. Meus filhos estavam dentro do carro. Um deles, que eu estava levando para outra escola, tem síndrome de Down. Os dois começaram a chorar”, contou.

“Eu falei que iria, mas que deixaria as crianças na escola. Quando eu desci do carro, eles não me permitiram retirar meu filho, e começaram a me agredir fisicamente. Alegaram que iriam me algemar por desacato. Ele não deixou eu retirar meu filho do carro. Se colocou entre mim e a porta. Eu falei que não havia razão para ser algemado”, reclamou o analista.


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Funcionários da escola tiraram o menino do carro enquanto os guardas tentavam algemar Thiago. O caso aconteceu em frente à instituição de ensino durante o horário de entrada das crianças, que presenciaram toda a confusão.

Thiago afirmou que não se opôs em ir à delegacia. Ele relatou ainda que pediu para ir no próprio carro, mas foi impedido pelos guardas e acabou conduzido ao hospital e à delegacia. No início da noite de quarta-feira, Thiago foi ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer um exame de corpo de delito.

O que diz a guarda municipal

Em nota, a Guarda Municipal (GM) informou que, durante o patrulhamento e fiscalização nas proximidades da Escola Cambaúba, a corporação “flagrou um motorista estacionado irregularmente na via, em frente ao colégio”. De acordo com a equipe, o condutor reagiu mal à abordagem, desceu do veículo, fez ameaças e ainda xingou os guardas.

“Com apoio de policiais militares do 17º BPM (Ilha do Governador), o suspeito foi detido e levado para a 37ª DP (Ilha do Governador), onde o caso está sendo avaliado pela autoridade policial.” 

Questionada sobre a agressão registrada no vídeo, a Guarda Municipal alegou que vai “analisar as imagens para verificar se houve excesso dos guardas.”

O que diz a polícia

O caso foi registrado na 37ª Delegacia de Polícia (Ilha) como, inicialmente, desacato. O delegado Felipe Santoro explicou que, “a priori, as lesões apresentadas por Thiago foram decorrentes das reações dos agentes que foram agredidos inicialmente por ele”.

Ainda de acordo com o delegado, as imagens de câmeras de segurança foram solicitadas à escola para que sejam apuradas as circunstâncias do ocorrido.

O que diz a escola

A Escola Modelar Cambaúba, informou, em nota, que se compromete com a segurança dos alunos, e está “profundamente preocupada com as recentes ações da Guarda Municipal na região que envolve a instituição.” 

Veja o texto na íntegra:

“Temos testemunhado abordagens truculentas e uma comunicação agressiva por parte dos agentes da Guarda Municipal em relação ao trânsito na frente da nossa escola. É com grande consternação que observamos o aparente viés discriminatório dessas abordagens, uma vez que outras escolas em nossa área não parecem estar sujeitas ao mesmo nível de fiscalização intensiva e coercitiva. Essa atitude vai ao encontro dos princípios constitucionais da isonomia e pessoalidade.

Entendemos a importância da fiscalização do trânsito para garantir a segurança de todos os envolvidos. No entanto, a abordagem atual da Guarda Municipal parece estar ultrapassando os limites da razoabilidade, eventualmente configurando um abuso de autoridade, resultando em uma quebra da harmonia e da confiança que são fundamentais para um ambiente escolar saudável. Estamos prontos para colaborar com as autoridades competentes para encontrar soluções que promovam a segurança e o respeito mútuo em nossa comunidade. No entanto, instamos veementemente a Guarda Municipal a rever suas táticas e garantir que todas as abordagens sejam realizadas de maneira profissional, respeitosa e imparcial.”

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