São Paulo — Uma criança de cinco anos foi tomada à força pela mãe, de 40 anos, enquanto ia para escola com a avó, de 75, na última terça-feira (23/4), em Santos, no litoral sul de São Paulo. A matriarca não tem a guarda do filho, que é dividida entre o pai e avó paterna. Câmeras de segurança flagraram o menino se debatendo enquanto era arrastado pela mulher até um carro vermelho, por volta das 8h.
As imagens ainda mostram a criança caindo no chão e tentando resistir à ação da mãe. A avó, que segura a mochila da vítima, ainda tenta evitar a cena, mas o menino é posto na porta de trás do carro.
O pai da vítima, Eduardo Cassiano, de 49 anos, afirmou à TV Tribuna que, junto da avó, cuida da criança há três anos. A mãe deixou o menino com ele e desde então realizava visitas a cada dois meses. Após sofrer uma série de ameaças, pai e avó pediram a guarda compartilhada com a tutela de urgência, que foi acatado pela Justiça.
Ameaças
Ainda de acordo com Eduardo, as ameaças começaram depois que a avó da criança reclamou do fato de o menino voltar doente depois de passar o fim de ano em São Paulo com a suspeita. Após o episódio, a mulher teria mandado fotos de passagens aéreas para Aracajú, no Sergipe, indicando que fugiria com a criança ao lugar.
O pai registrou um boletim de ocorrência e pediu uma guarda compartilhada com a avó paterna da criança. O objetivo da ação era fazer com que a mulher pudesse visitar o menino apenas sob supervisão.
A justiça acatou provisoriamente o pedido do pai e determinou uma tutela de urgência até que o processo seja finalizado.
Tentativas anteriores
Não seria a primeira vez que a mulher teria tentado tomar o filho dos cuidados da avó. Segundo a entrevista de Eduardo ao G1, a suspeita já tentou levar o menino à força da escola, da aula de judô e até na Páscoa, quando fingiu entregar um ovo de chocolate: “Eu consegui detê-la e trazer ele de volta para a minha casa”
Pelas imagens, é possível ver o empurrão dado pela mulher à avó e o menino sendo arrastado em direção ao carro. O pai afirmou à Polícia Civil que outros dois homens participaram da ação.
Eduardo também afirmou à reportagem, que a última notícia recebida por ele sobre o filho partiu da avó materna da criança. Por mensagem, a mulher teria dito que a filha e o menino “já estão a caminho de Aracaju”.
Esperança da família
Talita Alambert, advogada de defesa de Eduardo, registrou um boletim de ocorrência no 3° Distrito Policial de Santos e entrou com um pedido na Justiça para que um mandado de busca e apreensão do menor seja expedido.
A família está confiante que a medida seja acatada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) ainda nesta quarta-feira (24/4).
A advogada afirmou ao Metrópoles que não há nenhuma notícia sobre o paradeiro do menor e da mãe.
Relação conturbada
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a mulher denunciou Eduardo à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) por violência doméstica no dia 29 de março. O mesmo compareceu ao local no dia 8 de abril e também alegou que foi vítima de agressão.
Após o caso de desaparecimento do filho, o pai retornou à delegacia e informou o que havia acontecido.
A pasta confirmou que as investigações prosseguem para localizar o menor e que o caso foi registrado pela própria DDM como violência doméstica, lesão corporal, ameaça, injúria, vias de fato e subtração de incapaz.