Cerca de 1,9 mil vigilantes que atuam na rede pública de Saúde do Distrito Federal decidiram iniciar uma greve a partir de segunda-feira (11/3), devido a atrasos no pagamento de salários.
O sindicato da categoria (Sindesv-DF) informou que as empresas Ipanema e Aval ainda não pagaram os trabalhadores. O deputado distrital Chico Vigilante (PT) chegou a participar de uma reunião na Secretaria de Saúde (SES-DF), na última quinta-feira (7/3), mas não houve acordo.
Além disso, as empresas não teriam dado explicações aos contratados, segundo o parlamentar. “Que vergonha para essas duas empresas. Mais vez não pagaram os trabalhadores. Será uma paralisação geral”, comentou.
Pelas contas do Sindesv-DF, os atrasos afetam cerca de 70% dos vigilantes do Sistema Único de Saúde (SUS) do DF. “Eles só voltarão a trabalhar com os dias da greve abanados e o pagamento na conta”, completou Chico Vigilante.
Impacto
O sindicato detalhou que a greve atingirá o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), o Hospital de Apoio, além de unidades básicas de saúde (UBSs) e de hospitais em Brazlândia, em Ceilândia, no Guará, em Planaltina, em Taguatinga e em Samambaia.
Até a publicação desta reportagem, a categoria não havia recebido salários, vale-alimentação nem pagamento de férias, segundo o Sindesv-DF.
O vencimento básico dos profissionais é de R$ 3,5 mil – inclusa a cobertura por risco de vida –, com pagamento de adicional noturno quando é o caso. Já o valor do tíquete-refeição é de, aproximadamente, R$ 700 por mês.
“Problema operacional”
A SES-DF informou que todos os repasses para as empresas terceirizadas têm sido “rigorosamente seguidos”, dentro dos prazos estabelecidos em contrato, e que não há faturas em atraso.
A pasta acrescentou que o atraso se trata de um “problema operacional” das empresas, que não teriam efetuado os depósitos nas contas dos trabalhadores. “As ocorrências serão encaminhadas para apuração de responsabilidade e aplicação de sanções previstas em contrato”, ressaltou a secretaria.
Nas próximas semanas, a SES-DF pretende publicar edital para abertura de licitação e contratação de serviço de vigilância.
O Metrópoles tentou contato com as empresas Ipanema e a Aval, para tratar das denúncias sobre os atrasos, mas não teve retorno até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.