Com 64 anos de existência, a capital da República superou municípios centenários do país, e o Distrito Federal ficou em terceiro lugar em um ranking de cidades com mais vítimas de feminicídio, em 2023. A informação consta no Mapa da Segurança Pública 2024, publicado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). No ano passado, 33 mulheres foram assassinadas em virtude da discriminação de gênero.
Ainda segundo o levantamento, de 2022 para 2023, o DF registrou aumento de 73,6% nos casos de feminicídio. Durante o período de elaboração do estudo, três filhos choraram a morte da mãe na capital federal. Simone Sampaio de Melo tinha 40 anos quando foi morta a facadas pelo ex-marido, João Alves Catarina Neto, 45. O crime ocorreu em uma rua da Quadra 49 do Setor Central do Gama. O criminoso acabou preso em flagrante.
No dia do feminicídio, João e a ex-companheira levavam a filha para o colégio. Na volta, os dois discutiram na rua. Em seguida, ele sacou uma faca e deu ao menos quatro golpes na vítima. Ela não resistiu.
Veja imagens da vítima:
Vítima de feminicídio no DF 2
Vítima de feminicídio no DF 3
Vítima de feminicídio no DF 4
Vítima de feminicídio no DF 5
Vítima de feminicídio no DF
Feminicídio no Gama
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Professora e pesquisadora em estudos étnico-raciais e de gênero da Universidade Católica de Brasília (UCB), Kelly Quirino afirma que o feminicídio, enquanto tipificação qualificadora dos crimes de homicídio, surgiu diante da especificidade dos assassinatos de mulheres.
“Os feminicídios ocorrem por conta do machismo e do patriarcado, que coloca as mulheres em uma situação como de que elas são propriedade dos homens. Nesse sentido, trata-se de um crime de ódio contra o gênero. Ter [na lei] um agravante para quando se mata uma pessoa do sexo feminino pelo simples fato de ela ser isso é muito importante”, ressalta Kelly.
Números da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que, em 2023, quase 70% dos feminicídios foram cometidos dentro de casa. Outros 27% ocorreram em público, em locais como ruas, praças e estacionamentos. O restante se passou em estabelecimentos comerciais como bares e casas de festas.
Em 45% dos casos, os feminicidas usaram arma branca; em 22%, arma de fogo; e, em 22%, asfixiaram a vítima. Mais de 77% delas haviam sofrido violência doméstica antes de serem assassinadas.
Classificação
Em 9 de março de 2015, a Lei do Feminicídio entrou em vigor, e esse delito se tornou crime hediondo. As Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes Violentas de Mulheres definem que o nome dado ao crime é usado para fazer referências a assassinatos cometidos em razão do gênero.
O Código Penal ainda estabelece que, para que o assassinato de uma mulher seja enquadrado dessa maneira, leva-se em consideração a questão do gênero relacionada ao delito – que, geralmente, envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra o gênero da vítima.
Veja fotos de algumas das vítimas de feminicídio de 2023:
Cristina de Sousa Santos
Brenda Almeida Michnik
Valderia da Silva Barbosa Peres
Patrícia Pereira de Sousa
Sofia Antunes Queiroz
Foto-vitima-feminicidio-Rayane-Lima
Foto-vitima-feminicidio-leticia-mariano
Vítima de feminicídio no DF 2
Izabel feminicídio
foto-saiba-quem-é-a-vítima-do-4º-feminicídio-no-DF-em-2023
jeane-feminicidio
Mirian14
Foto-vitima-feminicidio-fernanda-leticia
Foto- Gabriela Bispo de Jesus
Foto-Anariel Roza Dias
Foto-Valdice Veiga Santana Schettine
Adrielly Thauana Pereira de Carvalho
Andreia Crispim de Lima Silva
Claudia Barbosa de Melo
Denise dos Santos Alves Cardoso
Deylilane Alves Santos Conceição
Elaine Vieira de Jesus Dias de Oliveira
Emily Talita da Silva
Foto- Maria Ivonilde Abreu
Itana do Amparo dos Santos
Jaqueline Reis
Patrícia do Nascimento Feitosa
Regiane da Silva Oliveira
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Canais de ajuda
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conta com quatro meios para recebimento de denúncias: on-line, pelo telefone 197 (opção zero), pelo e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e pelo WhatsApp 61 986-261-197. A Polícia Militar (PMDF) atende pelo número 190.
Confira outros meios para buscar atendimento:
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212
Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam II)
Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
Telefone: (61) 3207-7391
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625
Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)
Contato: 3190-5291
Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
Contato: telefone 180
Centro Integrado 18 de Maio
Endereço: 307/308 Sul
Telefone: 61 2244-1512 e 61 983-140-636
Conselho Tutelar
Endereços: consulte no site da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus)
Telefone: 125 ou 100
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